Not About Angels - Prologue


Sabemos muito bem que ainda há tempo, então, é errado dançar esse verso? Se seu coração estivesse cheio de amor, você desistiria? Pois quanto aos, quanto aos anjos... Eles vêm e vão, nos fazem especiais. Não desista de mim! - Not About Angels
Londres, abril de 2015

Essa cidade no qual considero pequena é onde eu chamo de casa.
Nasci e cresci em Sidney, mas tem algo em Londres no qual me faz sentir que aqui é o meu verdadeiro lar. Não gostava da ideia de que um dia eu teria que ir embora daqui, eu simplesmente queria negar para mim mesmo de que isso era uma das minhas inúmeras obrigações.

Não sou um santo, muito menos a melhor pessoa com quem eu possa conviver, mas desde longos anos tenho três amigos no qual posso confiar. Todos somos completamente diferentes um do outro, mas simplesmente ignoramos as diferenças e continuamos fazendo sempre as mesmas loucuras e, na maioria das vezes, cometendo os mesmos erros. Eu era um vampiro, Ashton um lobisomem no qual eu deveria temer e nós dois deveríamos ser inimigos mortais um do outro, mas não é assim. A mordida de um lobisomem é mortal para um vampiro, mas isso não me assustava.

Calum era um bruxo, sua família estava ao meu lado desde sempre, conheci seus avós, seus pais e até os pais dos seus avós. Eu tinha meus quinhentos anos, e talvez por sempre estar junto com a família de Calum nós nos damos bem desde o momento em que o peguei no colo pela primeira vez.

- Quanto tempo ficaremos desta vez? - Michael perguntou.

Ah, ainda tinha o Michael...
O encontrei quando tinha dez anos de idade, e o adotei como o meu irmão mais novo. Felizmente Michael é apenas um humano comum e, embora sempre esteja pedindo, eu nunca o transformo em vampiro. Não tenho coragem, e eu simplesmente não quero dar esta vida a ele.

Michael pode achar que ser um vampiro é a melhor coisa do mundo, mas na realidade não é nada disso. Uma vez me disseram que um vampiro tem um lado positivo e um lado negativo, eu passei quase três séculos da minha vida vivendo no lado negativo, o lado sombrio. A família Hood sempre esteve me ajudando, me ajudando a melhorar... E mesmo com as minhas monstruosidades, eles não me abandonaram, sempre tentaram ver o melhor em mim e graças a eles hoje eu sou um vampiro melhor.

- Se ficarmos longe de problemas certamente penso em ficar alguns anos. Um tempo até que as pessoas comecem a notar que eu simplesmente não envelheço - Respondi Michael.
- Uma pergunta - Ashton olhou para mim e pegou a sua mala, estávamos no aeroporto, havíamos acabado de vim da Califórnia. - Por que Londres?
- Tem um clima legal... - Ri.
- Sério...
Os originais estão aqui. Pensei que poderíamos fazer um acordo de paz.

Estávamos saindo do aeroporto, iriamos esperar um taxi na porta do mesmo e íamos diretamente para um apartamento que eu havia comprado no ano de 1945. Ao falar o meu interesse em estar em Londres, Calum olhou para mim com repreensão e eu simplesmente dei de ombros. Os Hood’s não gostavam muito de vampiros, na realidade, nenhum bruxo gostar de se envolver com vampiros, mas eles me tratavam como parte da família, então...

Calum cruzou os braços e me encarou de uma forma séria, ele não gostava da ideia. Eu estava fugindo dos originais desde mil oitocentos e alguma coisa, não lembro bem... Eu simplesmente estava cansado de fugir.

- Sua ideia maluca não vai funcionar - Disse.
- Vale tentar, certo? - Michael deu o sinal quando um taxi se aproximou, e quando o mesmo parou imediatamente entramos. - Klaus deve ser um pouco mais difícil de convencer, mas agora o Elijah...
- Se nenhum dos dois aceitar o acordo estaremos todos mortos - Calum avisou.
- Mas e a tal de Rebekah?
- Ela certamente deve estar em algum lugar por aí, Michael.
- Então está me dizendo que você me trouxe para Londres para eu me envolver com dois caras muito temidos pela sua espécie e que nesse processo eu posso morrer? - Ashton perguntou. - Você pirou!
- Não vamos morrer, certo?! - Calum revirou os olhos e assentiu. - Motorista... - O homem nos olhava um pouco assustado por conta da conversa que ele ouviu, olhei fundo nos seus olhos e retirei meus óculos escuros. - Nos leve para este endereço e esqueça tudo o que ouviu. - O homem assentiu e pegou um papel da minha mão.

Minha hipnose já não era mais forte como antes, mas ainda servia para alguma coisa. O homem deu partida no carro e se preparou para nos levar ao lugar desejado. Algo dentro de mim me deu um aviso: Tudo está prestes a mudar...

(...)

O apartamento estava em perfeitas condições, do jeitinho que eu esperava. Os móveis novos e bem arrumados, a pintura melhorada e sem nenhum vestígio de sujeira no local. A visão da cidade Londrina era bela, e o número de quartos era o suficiente para todos nós. Tirei a minha jaqueta ao abrir a porta e imediatamente joguei-me no sofá. Estava bem geladinho, certamente por causa do tempo frio que estava lá fora, mas não sentia frio.

Os meninos pegaram as malas e colocaram no canto da parede, depois ficaram olhando para todo o apartamento. Era grande, espaçoso, luxuoso e ainda por cima era bem confortável. Escolher esse apartamento dentre tantos que comprei pela cidade não foi difícil, não era uma coincidência, eu já sabia desde quando decidi ir embora de Los Angeles quem morava nesse prédio.

Klaus morava no andar de baixo, e com toda certeza não ficaria nenhum pouco feliz em me ver vinte anos depois desde o nosso último encontro. Mas diferente de antes, eu já não queria mais brigas e nem mesmo sangue envolvendo. Eu só queria paz, pelo bem do Michael.

- Com fome? - Perguntei e os três assentiram.
- Luke, quando você falar “fome” a que tipo de fome você está falando? Fome por... comida normal ou fome por sangue? - Michael perguntou. Abri meus olhos e ajeitei-me no sofá.
- Estou falando de comida normal.
- Se for assim... Sim, eu estou morrendo de fome!

Londres, maio de 2015

Quando se é um ser imortal, o tempo vai passando e você nem se importa. As pessoas vão envelhecendo a cada segundo, assim como estão cada vez mais próximas da morte. Diferente delas, eu já estava morto. Em pensar que esses três caras um dia iriam me deixar sozinho doía, mas eu não podia fazer absolutamente nada a respeito... Essa é a vida!

Passara-se um mês desde o dia em que decidi voltar à Londres, e eu nem se quer havia tentado conversar com os originais. Eu sentia medo, um medo de que Klaus me matasse no momento em que sentir a minha presença. Eu falhei com ele, falhei com todos. Mas na época eu era apenas um idiota, mas algumas vezes eu tenho a sensação de que ainda sou. Eu sempre via Klaus. Eu estava em todos os lugares em que ele ia, apenas acompanhando os seus passos e procurando a coragem para pedir-lhe perdão por não ter sido um melhor aliado. Eu sabia que ele me odiava, mas não sabia o que Elijah pensava sobre mim.

Sentia que o híbrido tinha um segredo, na maioria das noites eu escutava vozes vindas do andar de baixo. Na maioria das vezes eram brigas e em seguida longos pedidos de desculpas. Uma voz doce e uma voz mais rígida, eu sabia que era Klaus. Mas a outra pessoa... Eu não fazia a mínima ideia de quem poderia ser. Sempre ouvia reclamações de que a garota não entendia o que estava acontecendo ao seu redor e seria melhor não continuar sabendo de nada.

Por quê? - A garota chorava.
- É para seu próprio bem, amorzinho - Respondia Klaus. - Existem coisas nesse mundo no qual nunca podemos sair. O melhor agora é você não tentar descobrir a verdade, você ficará mais segura sem saber de absolutamente nada...
- Mas eu estou vivendo uma mentira, não estou?
- Talvez...
- Por que não me conta, Niklaus? - Houve alguns segundos de puro silêncio e eu pude jurar que o vampiro iria cortar a garganta da moça.
- Não gosto quando me chama assim, querida.

Sempre era a mesma coisa. A garota sempre pedia para Klaus contar-lhe o que estava acontecendo, mas o mesmo sempre desviava da conversa. Tinha algo de errado aqui, percebi que os originais estão muito agitados com alguma coisa. Não era somente Klaus que estava preocupado com alguma coisa, Elijah também estava.

- O problema dos vizinhos novos é que eles são muito curiosos quando escutam brigas familiares - Eu estava num bar, bebendo uma garrafa de cerveja quando sou surpreendido por uma voz um tanto conhecida mas que estava perdida em minha memória.
Elijah...
- Sabe, não é do seu tipo se juntar com lobisomens - O mais velho sentou-se no banco ao meu lado e deu um sorriso sarcástico. - É muita ousadia sua se mudar para o mesmo prédio que Klaus, não acha?
- Klaus está aqui? - Fiz-me de desentendido. - Não sabia!
- Certo - Elijah ajeitou-se no banco e olhou para mim. - Como deve ter percebido, nós estamos com alguns problemas pessoais, portanto, peço que você e sua matilha procurem uma outra cidade para ocuparem.
- E se não quisermos?
- Eu arrancarei o coração de cada um de vocês, estamos entendidos?
- A convivência com Niklaus está afetando você - Dei um último gole na minha cerveja e olhei Elijah. - A verdade é que eu quero pedir desculpas pelo o que aconteceu anos atrás - Fui direto ao ponto. - Eu achei que estava fazendo o certo, mas... Eu simplesmente acabei com a vida do Klaus.
- Seu pedido de desculpas não é comigo, meu amigo.
- Eu sei.
- O seu problema é com Niklaus, veremos se ele perdoa você pela traição - Elijah levantou-se e ajeitou o terno que usava. - Espero te ver de novo, Luke. E que dessa vez não envolva sangue.
- Não envolverá...

Deixei uma quantia de dinheiro no balcão e saí do estabelecimento. Coloquei meus óculos escuros e sorri ao olhar para meu anel no qual me protegia do sol. Sempre estava com óculos escuros, não sabia o motivo, eu simplesmente os colocava e saía nas ruas com as mãos no bolso e ficava pensando em toda a minha vida desde o dia em que eu nasci. Faz muito tempo, mas as pessoas não fazem a mínima ideia disso. Aparento ser um jovem de apenas dezoito anos, a idade no qual fui transformado num vampiro.
Hoje considero isso uma maldição, mas antes...

- Bom dia - Disse ao encontrar o segurança do prédio em que morava.
- Tenha um bom dia, senhor Hemmings.

Edson Smith era o nome desse cara. Ele era um homem alto de cabelos grisalhos, aparentemente gordo e de uma pele parda. Sempre que eu entrava ou saia do edifício ele me cumprimentava. Gostava dele, era o único segurança ali que era educado. Entrei no elevador e apertei o botão no qual tinha o número do meu andar. O oitavo andar era o antepenúltimo e, apesar de Michael ter um leve medo de altura, não se importou com o andar.

O silêncio naquele elevador estava me deixando entediado. Ninguém entrava e parecia que aquela caixa de metal ou -seja lá do que seja feito isso- estava subindo bem devagar, me deixando um pouco irritado. A conversa com Elijah não me animou muito, e eu sabia que ele teria toda a coragem do mundo para cumprir a sua palavra.

Mas eu precisava arriscar, estava cansado de fugir...
Depois de alguns segundos no qual eu considerava ser uma eternidade, a porta do elevador finalmente abriu mas ainda não era o meu andar. Eu estava no sétimo andar e ao ver o rosto da pessoa que esperava pacientemente o elevador fez com que um medo crescesse em mim. Eu não era de sentir medo, mas com ele era diferente. Somente de olhar para ele eu sentia a necessidade de correr, fugir... Mas eu não faria isso.

- Você.

Dei o meu melhor sorriso sarcástico e dei passagem para o mesmo entrar no elevador. Quando entrou percebeu o andar no qual eu estava indo e não fez absolutamente nada a não ser me olhar com uma certa fúria. Estava indo para o mesmo andar que eu, mas para qual apartamento eu infelizmente não sabia.

- Isso são modos de cumprimentar um velho amigo, Niklaus? - Seu olhar furioso pairou sobre mim e o medo de enfrenta-lo somente aumentou.
- Você continua ousado, garoto.
- Isso aumentou depois que me transformou, lembra? Éramos amigos, nos considerávamos irmãos. Mas coisas ruins aconteceram...
- Você deveria ir embora, Lucas. Coisas estão acontecendo por aqui e eu não quero ter mais problemas.
- Mas nós precisamos conversar...
- O que você quer? Seja convincente o bastante ou eu mato você.
- Eu estou cansado de fugir, Klaus...
- Se entregar a morte é mais fácil? - Niklaus deu um sorriso torto no qual sumiu quando o elevador abriu as portas. Saímos e eu tomei a frente, mas o original segurou meu braço. - Não se preocupe criança, eu posso fazer com que a sua morte seja rápida e menos dolorosa.
- Eu não vim me entregar.
- Então qual é o motivo para tudo isso?
- Eu quero seu perdão, quero que possamos viver no mesmo ambiente sem que sangue esteja envolvido no meio - Ele me olhou e parou para pensar um pouco.
- Aqui não é lugar para conversarmos sobre isso. Chame a sua matilha e venham jantar com a minha família ás 20:00h, certo?
- Sem enganações?
- Sem enganações! - Klaus apertou a minha mão e saiu em direção para onde desejava ir.

(...)

- Não.

Calum estava de braços cruzados e negava constantemente em palavras e com a cabeça. Ele não concordava com o jantar em que Klaus planejava, dizia que isso era apenas mais um de seus truques para tentar nos matar. Esse era um dos dons dos Hood’s, eles sempre estavam desconfiados e quase não confiavam em ninguém. A expressão séria fazia parte de suas características, gostava disso em Calum ele era idêntico a sua mãe.

- Não é você quem está fugindo, Calum - Michael o repreendeu.
- Mas eu acho isso uma baita de uma idiotice! - Revirou os olhos. - Certo, vamos ver no que vai dar.
- Mas e se eles nos atacarem? - Ashton perguntou e me olhou. - Eu posso mordê-los, vocês sabem o que acontece quando um lobisomem morde um vampiro, não sabem?
- Mas eles são originais - Levantei-me do sofá e os encarei. - A mordida de um lobo não funcionará.
- E o que pode mata-los? Eles têm de ter uma fraqueza!
- E tem, Michael... Mas eles infelizmente estão com elas, Klaus as guarda caso seus irmãos o desobedeçam.
- E o que é? - Perguntou.
- Adagas de prata e as cinzas da árvore que pode mata-los.

Calum ainda achava isso uma má ideia, mas concordou em ir e pelo menos tentar ter um acordo de paz. Vesti uma blusa de mangas cumpridas cor preta, uma calça jeans e um all star. Era uma roupa simples mas eu considerava apresentável. Eu estava apoiado no balcão da cozinha e bebia uma latinha de refrigerante, esperava os meninos descerem já prontos e ficava pensando em todos esses quinhentos anos que se passaram.

Tanta coisa mudou desde então, nunca pensei que o mundo seria o que é hoje caso eu não estivesse vivo. Muitas coisas no qual antes eram proibidas hoje em dia são algumas das coisas mais normais.

Os meninos desceram e suas expressões não era uma das melhores. Abri a porta e deixei com que todos saíssem para que eu pudesse trancá-la. Ao fazer isso fomos em silêncio até o elevador, o silêncio que eu tanto odiava. Fora assim até chegarmos na porta do apartamento do nosso maior inimigo, Michael não pensou duas vezes antes de apertar a campainha e aguardar nervosamente um dos originais nos receberem.

Era a primeira vez que ele via um vampiro além de mim, e eu sabia que estava com medo. Ensinei-o como matar um vampiro, mesmo que isso pudesse colocar a minha vida em perigo eu precisava ensiná-lo a sobreviver nesse mundo sobrenatural.

A porta abriu-se e meu queixo quase caiu ao ver quem fora nos receber. Não era Elijah e nem mesmo Klaus, mas era uma menina de pele morena, os cabelos tão negros quanto a noite e um leve olhar de tédio.

- Vocês são os convidados?

Um comentário:

  1. Oh meu Deus!
    Caramba, já estou amando essa fanfic. Vou acompanha-la com certeza.
    Eu nuna vi The Originals, e só vi alguns capitulos aleatoriamente de The Vampire Diaries, mas mesmo assim adorei shdjahdbtks
    A sua escrita é muito boa, muito boa mesmo. E as partes sarcásticas <3
    É meio dificil eu acompanhar histórias em blogs porque algumas são bem genéricas mas caí de para-quedas nesse bloguinho e Ainnn <3

    Embora não seja a primeira vez que vejo vampirps em uma historia, os diálogos e a interação dos personagens pareceu bem real para mim e fiquei muito feliz com isso. *^*

    Eu estou muito ansiosa pelas tretas que estão por vir, haha. E tambem quero saber se o Elijah e o Niklaus vão aceitar a trégua ou vão tentar atacá-los. Estou realmente muito curiosa.

    "Com uma leve cara de tédio" agdusgagshdushahd amei isso. Fico pensando o que estava passando na cabeça dela nessa hora, tipo "ai..mereço." ou algo assim.

    É porque agora estou pelo celular, mas quando eu entrar no pc vou seguir o blog o/
    Enfim...Estou me mordendo de curiosodade, então não demore a postar, sim? rs. Continua que já tá muito bom!

    Ps: eu só encontrei um errinho que foi no uso da palavra "no qual" que estava meio incoerente em algumas partes. Mas é um erro bem pequeno e fora isso a estética está linda o/

    Um beijo de arco-iris, unicórnia *^*

    ResponderExcluir